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10 de Janeiro de 2018 às 06:05

BB amplia público-alvo do PDG, mas maioria dos bancários está excluída do recebimento


Brasília - O Banco do Brasil anunciou na última quinta-feira (4) a ampliação do público-alvo do Programa de Desempenho Gratificado (PDG), que remunera individualmente os funcionários que alcançam classificação em critérios pré-estabelecidos pela empresa relacionados ao atingimento das metas impostas.

A medida foi implantada unilateralmente pela direção da empresa, sem qualquer diálogo prévio ou negociação com o movimento sindical.

O programa tinha como público-alvo as funções gerenciais das Unidades de Negócios, e agora foi ampliado para outros segmentos, como escriturários, assistentes e caixas. A classificação dos escriturários e caixas estará vinculada à parte metas da avaliação (GDP), que é de responsabilidade dos gestores, o que aumenta a pressão sobre os trabalhadores.

O “prêmio” consiste em pagamento de remuneração variável para os 30% melhores colocados de cada segmento, em critérios baseados no atingimento de metas. Assim, 70% dos bancários são excluídos na hora de receber o prêmio, mesmo que atinjam as metas impostas pela direção.

O modelo de remuneração acirra a competição, e o anúncio da ampliação do público-alvo apto a receber a remuneração variável, que será paga por meio de crédito no cartão Alelo, camufla uma grande injustiça que continua existindo no programa: a ampla maioria dos funcionários não receberá nada.

Com isso, o objetivo do BB consiste em levar o funcionalismo a uma busca individual, incessante e insana em atingir resultados maiores do que as metas impostas, que já são abusivas. Em vez de trabalho coletivo, o programa incentiva a competição entre os pares e um benefício vinculado a metas e avaliações individualizadas. Os resultados desse tipo de programa já são conhecidos: assédio, frustração, adoecimento, possibilidades de fraudes e inquéritos administrativos.

“O movimento sindical reivindica a melhoria do plano de cargos e salários, ampliando assim a remuneração fixa direta. Com o anúncio da ampliação do PDG, fica claro que a empresa dispõe de orçamento para atender essa reivindicação”, avalia o diretor do Sindicato Rafael Zanon, que representa a Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

“Em relação à remuneração variável, os sindicatos já negociam e assinam acordo com o BB desde a década de 1990, estipulando regras coletivas para a distribuição dos lucros e resultados (PLR). Assim, entendemos que toda remuneração paga aos bancários, seja fixa ou variável, deve ser objeto de acordo com os sindicatos, para que possa de fato contemplar os interesses do funcionalismo”, acrescenta Zanon.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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