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18 de Março de 2019 às 13:44

Bancos públicos: desenvolvimento pra toda gente


Crédito: SEEB/PA
Belém PA - Cerca de 70% do crédito para o desenvolvimento da Região Norte vem do Banpará, Banco da Amazônia, Caixa e Banco do Brasil. O levantamento é do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. “Se o projeto de privatização que está em curso continuar, imaginem como será o investimento público onde vocês moram?”, indaga a presidenta do Comitê e bancária da Caixa, Maria Rita Serrano.

A defesa dos bancos públicos como agentes de desenvolvimento social e econômico foi tema de um seminário na sede do Sindicato dos Bancários do Pará na manhã desta sexta-feira (15).

“Os tempos sombrios de privatizações e retirada de direitos parecem ter voltado desde quando o atual governo, por meio da Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento, divulgou que o setor financeiro é a terceira área de serviços que deve ter o maior número de empresas impactadas com as privatizações, em torno de 16 companhias. Precisamos defender o nosso patrimônio, o do povo brasileiro. Estamos num momento crucial de ataque aos direitos da classe trabalhadora e se não enxergarmos que precisamos sair do nosso quadrado, seremos derrotados. Precisamos reunir e unir forças em todas as lutas da classe trabalhadora”, destaca o presidente do Sindicato e bancário do BB, Gilmar Santos.

Maria Rita Serrano fala sobre a importância dos bancos públicos

No Pará, além do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, a população paraense pode contar também com os serviços bancários do Banco da Amazônia e Banpará, este último, com o maior número de agências em todo o estado.

“Tem gente que acha que vai privatizar, mas o banco vai ficar lá. Não vai sobrar nada, é o desmantelamento do nosso local de trabalho. Na Caixa, por exemplo, a venda dos produtos e serviços mais rentáveis já começou. E o que resta pra gente? Quase nada. É um período dificil, todos sabem, mas não basta a gente só dizer que sabe, precisamos resistir e avançar, ter atitude, essa é a luz no fim do túnel que temos. Se cada um fizer a sua parte, nós vamos conseguir reverter esse quadro mesmo que demore um pouco”, explica Maria Rita.

A presidência da Caixa quer arrecadar pelo menos R$ 30 bilhões em transações de mercado de capitais neste ano e um volume semelhante em 2020, com a venda de suas empresas chave que constituem a parte mais rentável do banco.

Evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook

Ainda de acordo com o novo presidente do banco, a abertura do capital de subsidiárias do banco público é para pagar uma dívida de R$ 40 bilhões que a instituição financeira possui com o Tesouro Nacional.

“Os estados podem fazer o mesmo, privatizar suas estatais para pagar ou pelo menos negociar suas dividas com o governo federal, e é nessa Medida Provisória que os bancos estaduais e regionais podem sumir”, avalia a presidenta do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano.

Dia Nacional de Luta

Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha no final do ano passado mostra que as privatizações e a redução das leis trabalhistas são rejeitadas pela maioria dos brasileiros: 60% e 57% dos ouvidos pelo Datafolha sobre essas duas práticas, respectivamente, discordam delas.

“É importante defender a Caixa 100% pública, porque ele é o banco dos programas sociais. Abrindo o capital, essa realidade vai mudar para mim enquanto bancária e principalmente para a população mais pobre que depende desses recursos federais para viver. Participar desse seminário é uma oportunidade de aprender e ser multiplicadora do que ouvi hoje aqui para os meus colegas, clientes e usuários”, conta a bancária da Caixa em Santarém Jacilene Pimentel.

Nessa sexta-feira (15), além do seminário ‘Bancos públicos: desenvolvimento pra toda gente’, é Dia Nacional de Luta na Caixa, em defesa do banco público e pelo reconhecimento aos trabalhadores e trabalhadoras.

Sérgio Takemoto defende a Caixa 100% pública

“O Brasil e os brasileiros precisam da Caixa como ela é hoje: parceira estratégica na execução de políticas públicas e fundamental em áreas como moradia popular, saneamento, infraestrutura e desenvolvimento social, além da gestão do FGTS. Quem mais precisa da Caixa é o povo brasileiro e não o mercado financeiro”, afirma o vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sérgio Takemoto.

Além das entidades acima, o seminário contou com a presença e apoio do presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton Silva, do presidente da Associação dos Empregados do banco da Amazônia (AEBA), Silvio Kanner; da presidenta da Associação dos Funcionários do Banpará, Kátia Furtado; do presidente da Associação do Pessoal da Caixa (Apcef-PA), Alberto Araújo, do diretor regional da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), Fábio Gian e da coordenadoria de planejamento estratégico do Banco da Amazônia, Laura Santos; além do deputado federal, Edmilson Rodrigues (Psol-PA).

O Pará em defesa dos bancos públicos

“Mas será que os bancos privados farão o que os bancos públicos fazem ou fizeram? Ou será que irão se guiar apenas pela lógica do maior lucro com menor custo? Essas questões se colocam diante do fato de os bancos públicos serem responsáveis por 56% das linhas de crédito no mercado nacional, dinheiro este que, por exemplo, de 2010 a 2015, através do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), administrado por bancos públicos, beneficiou 2,2 milhões de estudantes que cursaram ensino superior em instituições de ensino privado. Desse público, 76% era proveniente de escolas públicas, sendo a maioria (59%) mulheres”.

Tatiana Oliveira lê carta manifesto

O trecho acima faz parte da carta manifesto ‘O Pará em defesa dos bancos públicos’ lida pela vice-presidenta do Sindicato dos Bancários e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira, durante o encerramento do evento.

Visita ao Edifício Sede da Caixa em Belém

Da sede do Sindicato para a base! Logo após o seminário, a presidenta do Comitê e bancária da Caixa, Rita Serrano, junto com a vice-presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira, o diretor da entidade na região Oeste, Joacy Pereira, e o presidente da Apcef-PA, Alberto Araújo, todos bancários da mesma instituição, estiveram no Edifício Sede do banco, em Belém, ampliando o debate sobre a defesa dos bancos públicos junto com a categoria.

Livro ‘Se é publico, é para todos’ é lançado em Belém

Todos os bancários e bancárias que compareceram à reunião ganharam um exemplar do livro ‘Se é público, é para todos’, lançado durante o seminário.

Maria Rita Serrano, uma das autoras, autografa exemplar distribuído gratuitamente

O livro é uma coletânea de textos em defesa do patrimônio público do país, sob a responsabilidade do professor Emir Sader, que organizou a obra, autores como o próprio sociólogo e cientista político, Maria Rita Serrano (representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, presidenta do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e dirigente da Fenae), Fernando Nogueira da Costa (economista e ex-vice-presidente da Caixa entre 2003 e 2007) e João Marques (representante da FUP) assinam artigos em que abordam o legado positivo deixado pelas empresas públicas no decorrer de várias décadas que trazem reflexão abrangente, objetiva e didática acerca da importância dos bancos públicos e de outras empresas estatais para o fomento ao desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Fonte: Bancários PA com informações da Fenae


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