Notícias

home » notícias

6 de Agosto de 2018 às 08:48

Bancos apresentam proposta nesta terça 7 e bancários decidem em assembleias na quarta

Além da manter Convenção Coletiva, categoria quer aumento real, emprego, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral e igualdade de oportunidades


Campanha Nacional dos Bancários 2018 - Depois de cinco rodadas de negociação sem dar resposta às reivindicações da categoria sobre aumento real, preservação de emprego, melhores condições de trabalho e igualdade de oportunidades, a Fenaban comprometeu-se a apresentar uma proposta global ao Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira 7 de agosto, em São Paulo, na sexta reunião da Campanha 2018.

Por orientação do Comando, todas as bases sindicais do país fazem assembleias nesta quarta 8 para discutir a proposta dos bancos e também para definir a participação dos bancários no Dia do Basta, convocada pela CUT e demais centrais sindicais para a sexta-feira 10, quando trabalhadores de todas as categorias farão paralisações, atrasos de turno e atos nos locais de trabalho e praças públicas para protestar contra o desemprego, a retirada de direitos, o aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, as privatizações e a entrega das riquezas nacionais ao grande capital nacional e internacional. Veja mais aqui.

Leia mais: Bancários realizam twittaço nesta terça-feira (7)

“A categoria quer manter todos os direitos da Convenção Coletiva e que os bancos atendam às reivindicações sobre aumento real, garantia de emprego, melhores condições de trabalho e fim das metas abusivas e do assédio moral, além do combate a todas as discriminações e igualdade de direitos e oportunidades. Os lucros recordes dos bancos permitem que eles atendam às demandas dos trabalhadores. Por isso é importante que todos os bancários participem das assembleias convocadas pelos sindicatos para a quarta, para votar a proposta dos bancos”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e integrante do Comando Nacional.

As principais reivindicações

˃ Aumento real de 5%.

˃ PLR de três salários mais R$ 8.546,64 fixos para todos.

˃ Pisos salariais:

• R$ 3.747,10 para portaria, contínuos, serventes e escritório.

• R$ 5.058,59 para caixas, operadores de atendimento, empregados de tesouraria, analistas de crédito e os que efetuam pagamentos e recebimentos.

• Primeiro comissionado: R$ 6.370,07 (incluindo gratificação de função).

• Primeiro gerente e técnico de TI: R$8.430,98 (incluindo gratificação de função).

˃ Assinatura de pré-acordo para estender a validade da Convenção Coletiva (que expira em 31 de agosto) até que novo acordo seja firmado, garantindo assim a manutenção de todos os direitos da categoria.

˃ Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

˃ Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações e ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

˃ Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 954,00 (salário mínimo nacional).

˃ Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, garantindo salários iguais para as mesmas funções, preservando a isonomia salarial.

˃ Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

˃ 14º salário.

˃ Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

˃ Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Os bancos ganham muito e podem atender reivindicações

Desde 2003, o lucro dos bancos subiu 159,5% acima da inflação. No mesmo período, com toda luta e mobilização da categoria bancária por direitos e aumento real para salários, PLR, vales e auxílios, o crescimento real da remuneração desde 2004 foi de 20,3% nos salários e 41,6% no piso.

Em 2017, somente os cinco maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 77,4 bilhões, 33,5% mais que no ano anterior. No primeiro trimestre deste ano, foram mais R$ 20,6 bilhões (aumento de 20,4%). Itaú, Bradesco e Santander já divulgaram os lucros do semestre, que foram, respectivamente, de R$ 12,8 bilhões, R$ 10,2 bi e R$ 5,9 bi.

E apesar de os bancários conquistarem 20,3% de aumentos reais acumulados no salário a partir de 2004, acumulando 41,6% nos pisos, a remuneração média da categoria no final das contas cresceu apenas 10,9%, em razão da alta rotatividade, mecanismo pelo qual os bancos demitem os trabalhadores com maiores salários para contratar por custo mais baixo.

Acionistas e altos executivos ganham fortunas

Além disso, somente com o que arrecadam na receita com tarifas, os bancos pagam toda sua folha de pagamento com sobras de quase 80%, ou praticamente outra folha inteira.

Se economizam com os bancários que estão na linha de frente nas agências e departamentos, o mesmo não se dá com os executivos. No Itaú, um diretor chega a ganhar quase 250 vezes mais que um escriturário. No Bradesco, 121 vezes mais; no Santander, 105.

E também os acionistas embolsam fortunas com os lucros recordes das instituições financeiras. Segundo a consultoria Economática, os bancos distribuíram R$ 28,3 bilhões em dividendos a seus acionistas em 2017. Somente as três famílias que controlam o Itaú embolsaram R$ 9 bilhões em 12 meses. 

Apesar dos lucros astronômicos, desde 2013 os bancos fecharam 1.882 agências e cortaram 60.523 postos de trabalho, aí incluídos os 2.846 cortes somente nos primeiros seis meses de 2018. 

A intensificação do ritmo de trabalho para o alcance de metas impossíveis aumenta a pressão sobre os bancários e a ocorrência de assédio moral, provocando uma verdadeira epidemia de doenças de trabalho, tanto físicas quanto psíquicas.

A pauta de reivindicações da categoria foi aprovada pela 20ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada de 8 a 10 de junho em São Paulo, e entregue à Fenaban no dia 13 de junho.

Veja como foram as cinco rodadas de negociação até agora:

˃ Fenaban não apresenta proposta. Comando orienta realização de assembleias no dia 8

˃ Mesmo com os lucros recordes, bancos se negam a dar garantia de emprego à categoria bancária

˃ Rodada de negociação com os bancos sobre saúde e condições de trabalho termina sem avanços

˃ Banqueiros aceitam calendário de negociações apresentada na mesa pelo Comando dos Bancários

˃ Bancos frustram bancários e não assinam pré-acordo da CCT e nem fixam calendário de negociações

 

Fonte: Fetec-CUT/CN


Notícias Relacionadas