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9 de Agosto de 2019 às 08:54

Ato ao meio-dia, em frente ao Ed. BB: bancários fazem nesta sexta (9) Dia Nacional de Luta contra a reestruturação e a privatização


Crédito: Divulgação

Brasília - Sindicatos dos bancários de todo o país realizam na sexta-feira (9) um Dia Nacional de luta contra reestruturação no Banco do Brasil, que anunciou no dia 29 de julho mais um Plano de Adequação de Quadros (PAQ), com previsão de extinção de funções, redução de postos de trabalho, fechamento de agências e departamentos. O banco também prepara um novo plano de desligamento incentivado. Os protestos desta sexta fazem do calendário de luta em defesa dos bancos públicos, definido na 21ª Conferência Nacional dos Bancários.

Em Brasília, o Sindicato promove ato em frente ao Edifício Banco do Brasil, na Asa Norte, ao meio-dia. “Estratégia bastante conhecida dos trabalhadores, o PAQ na prática é a materialização da visão privatista do banco. Reduzir quadros próprios, sem a devida reposição mediante concurso público, precarizar contratos e relações de trabalho com imposição de sobrecarga e consequente adoecimento dos trabalhadores, esse é o perverso significado do programa, além de gerar incertezas tanto àqueles que estão elegíveis a aposentadoria – alguns arbitrariamente atacados por descomissionamentos por ato de gestão – quanto aos que estão ameaçados pelas medidas de extinção, rebaixamentos ou ‘declarados em excesso’ nos prefixos/unidades”, denuncia o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

“O funcionalismo do BB, compreendendo a dinâmica dessa desconstrução, elaborou e aprovou no Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil um plano de lutas em defesa do banco, de modo que a atividade deste dia 9 de Agosto significa a primeira grande ação do Sindicato e dos colegas da instituição nesta direção. Por isso, reforçamos a importância da participação de todos”, convoca Kleytton.

O Banco do Brasil vem priorizando a proliferação de agências digitais, o que afeta sua função pública e social. Os bancários defendem que a política de Estado para os bancos públicos deve priorizar a bancarização da população, principalmente a de mais baixa renda, ao invés de copiar o modelo adotado pelos bancos privados.

Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base em dados do Banco Central, aponta que, atualmente, dos 5.590 municípios brasileiros, 3.365 (60,2%) contam com uma ou mais agência bancária. Do total de municípios, 950 (17%) são atendidos somente por bancos públicos. Os dados mostram ainda que, com o fechamento de agências de bancos públicos, 57% das cidades brasileiras podem ficar sem agências bancárias e, neste caso, suas populações terão que se deslocar para outros municípios para ter acesso aos serviços por elas prestados.

O exemplo mais alarmante é de Roraima. Dos 15 municípios do estado, apenas seis contam com agências bancárias e em cinco deles existem apenas bancos públicos. Fechadas as agências de bancos públicos, toda a população do estado teria de ir até a capital para utilizar um banco.

Revisão de postos de trabalho

Segundo informações do banco, o número de postos de trabalho será aumentado em 1.505 agências, mas reduzido em 1.765 unidades. Sem detalhar as mudanças, o BB informou que a Plataforma de Suporte Operacional (PSO) sofrerá redimensionamento, o que já está afetando a rede de caixas. O movimento sindical cobra esclarecimentos.

As Gerências Regionais de Apoio ao Comércio Exterior (Gecex) também passarão por alterações, com a criação de unidades de negócios especializados, escritórios de comércio exterior digital e redimensionamento. Isso fará com que sejam abertas vagas de assistentes, mas a rede perderá uma série de funcionários, principalmente escriturários. Há prejuízo também para os trabalhadores lotados em unidades estrapégicas. 

Plano de Desligamento Voluntário

Além do fechamento de agências e movimentação de pessoal, o banco prepara um novo Plano de Desligamento Voluntário (PDV), com adesão voluntária e de caráter pessoal. Não há informações oficiais sobre o PDV, mas já foi apurado que o plano só será validado nas agências que tiverem ‘quadro em excesso. Os sindicatos cobram transparência no processo. 

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação com Contraf-CUT


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