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20 de Dezembro de 2013 às 07:55

20/12/2014 - Bancários de Dourados protestam e querem Natal e Ano Novo sem demissões no Santander


Carta aberta aos clientes retrata o drama das demissões de bancários 

Os bancários realizaram nesta quinta-feira (19) um Dia Nacional de Luta no Santander, fazendo paralisações e protestos em todo país contra o descaso do banco espanhol com o emprego e as condições de trabalho. 

Uma carta aberta foi distribuída pelos sindicatos aos clientes e usuários, retratando o drama das demissões para as famílias dos bancários. Num lado, aparece a imagem de um menino com a frase "Santander, não demita meu pai" e segurando um cartaz dizendo "Respeite o Brasil e os Brasileiros", e, no outro lado, um texto com o título de "Queremos Natal e Ano Novo sem demissões". Havia também uma versão com a frase "Santander, não demita minha mãe".

Em Dourados o protesto aconteceu na agência do banco que fica na Rua João Candido Câmara, no centro da cidade, que permanceu fechada durante todo o dia. A agência que têm um quadro de 12 funcionários, número já reduzido para a demanda do dia a dia, têm funcionado nos últimos meses com até 05 trabalhadores, já que há vaga não reposta por demissão, férias e, a maioria, afastada por graves problemas de saúde. Na semana passada o Sindicato já havia coordenado outra paralização pelo mesmo motivo, desta feita nas duas agências do banco na cidade. Cique aqui e veja a matéria sobre a paralização da semana passada. 

Clique 
aqui para ler o texto da carta aberta.

"Com essa mobilização, esperamos que o espírito do Natal e Ano Novo sensibilize o Santander a abrir negociações com o movimento sindical para discutir uma política de emprego, porque esse modelo perverso de gestão prejudica trabalhadores e clientes, não serve para alavancar o banco e não contribui para o desenvolvimento econômico e social do país", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

O Santander é hoje o banco que mais está demitindo no Brasil. Até na véspera do Natal! Nos primeiros nove meses do ano, conforme estudo do Dieese, o banco fechou 3.414 postos de trabalho, na contramão da economia brasileira, que gerou 1,3 milhão de vagas no período. Entre setembro de 2012 e 2013, a redução foi de 4.542 empregos, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários.

Para o banco, as demissões são normais. Mas para os bancários são injustificáveis. O Santander obteve lucro de R$ 4,3 bilhões até setembro no Brasil, o que representa 24% do lucro mundial, o maior resultado entre todos os países onde o banco atua.

Com tantas demissões, faltam cada vez mais funcionários nas agências, causando sobrecarga de serviços, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento de bancários, piorando as condições de trabalho e prejudicando a qualidade de atendimento aos clientes. Pioraram até os serviços de limpeza, uma vez que para reduzir custos as agências passaram a ter somente algumas horas de faxina por dia.

Como se não bastasse, o Santander terceirizou os prepostos nas homologações junto à maioria dos sindicatos. A medida vem sendo combatida pelas entidades, que enfrentam também as práticas antissindicais do banco para tentar calar os bancários. 

Não é à toa que o Santander foi o campeão do ranking de reclamações de clientes no Banco Central em 2013. Além disso, cobra altas taxas de juros e tarifas abusivas dos clientes, enquanto gasta milhões de reais com o patrocínio da Copa Libertadores e da Fórmula 1.

Ao mesmo tempo, o Santander engordou a remuneração dos altos executivos. Entre 2010 e 2013, o ganho médio anual de um diretor do banco aumentou 67% no Brasil, chegando a R$ 7,915 milhões, o que é um absurdo. Também subiu anualmente entre 2003 e 2013 o retorno total do acionista do banco em todo o mundo.

Neste Natal e Ano Novo, os bancários não querem peru, nem panetone e nem lembrancinha do Santander, mas exigem um novo modelo de gestão, com o fim das demissões, rotatividade, corte de empregos, terceirizações, metas abusivas e adoecimento de funcionários. Os bancários reivindicam mais contratações, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, igualdade de oportunidades e valorização dos aposentados.

Fonte: Contraf-CUT


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