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2 de Abril de 2014 às 13:58

02/04/2014 - Reunião de movimentos sociais do Mato Grosso do Sul rememora golpe militar de 64


FETEMS reafirma seu posicionamento em defesa da democracia; Presidente da CUT-MS defende Estadolivre de qualquer repressão
Escrito por: Mayara Sá e Karina V.B - FETEMS
 
Para rememorar o Golpe Militar de 64 e discutir o atual momento político em que o país vive, a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) organizou a Plenária do Fórum Unitário dos Movimentos Sociais e Sindicais CUTistas de Mato Grosso do Sul nesta segunda-feira (31), em Campo Grande. O evento foi feito em parceria com a Central Única dos Trabalhadores (CUT/MS) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/MS) com a presença de mais de 450 lideranças populares do estado.

Entre os principais pontos discutidos na reunião estavam o Plebiscito Popular por uma reforma política proposto pela presidenta Dilma Rousseff logo após as manifestações de junho de 2013 e o golpe civil-militar de 1964.

O presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, afirmou que não se pode deixar cair no esquecimento o que ocorreu há 50 anos, muito menos os verdadeiros heróis que, com a própria vida, lutaram contra as classes dominantes para que se instalasse a democracia existente hoje.
 
“Muitos enfrentaram a ditadura militar para construir uma sociedade mais justa. Essa data é e sempre será simbólica para rememorarmos e enfatizarmos a luta para que os responsáveis pela Ditadura de 64 sejam de fato punidos. E também para que as milhares de famílias brasileiras, vítimas desse Golpe, saibam o que aconteceu com seus entes, pois muitos desaparecimentos ainda continuam sem explicação concreta”, disse.
 
Em defesa da Democracia plena, os movimentos se uniram nessa data simbólica, também para debater o seu papel no processo eleitoral de 2014. O presidente da FETEMS afirmou que a responsabilidade é grande e, como representantes da classe trabalhadora do campo e da cidade, o processo é se unir e se organizar.

“Temos a responsabilidade de construir o estado de Mato Grosso do Sul, de fazer a retomada dos programas de esquerda. Programas que deram a oportunidade de famílias inteiras retomarem suas vidas, saírem da pobreza. Como representantes da classe trabalhadora nós temos a obrigação de lutar pela mudança, de fazer parte do processo de defesa da democracia em sua amplitude”, reverberou.
 
Presente no debate, o presidente da CUT/MS, Genilson Duarte, ainda lembrou que os brasileiros pagam um preço muito alto por causa da ditadura militar, e que a luta por uma sociedade mais justa não acabou e está nos movimentos sociais organizados.
 
“Essa Plenária é de suma importância para os movimentos da classe trabalhadora do campo e da cidade de Mato Grosso do Sul. É um momento de organização e reafirmação dos nossos ideais. Estamos unidos em prol de um estado e de um Brasil livre de qualquer tipo de repressão, como foi em 64 e como está sendo em várias partes da América Latina. Hoje o nosso país paga muito caro pela Ditadura, pois ainda existem os ‘filhos’ dela, que espalham o seu modelo”, afirma.
 
Para o presidente da Cassems (Caixa dos Servidores Públicos do Estado de Mato Grosso do Sul), Ricardo Ayache, a discussão atual não é a mais desemprego e miséria, problemas que vem sendo mitigados desde no início do Governo do PT, com Lula e Dilma na presidência.
 
Os grandes problemas da nossa sociedade são saúde e educação pública, afirmou. “Porque é através da educação e da saúde de qualidade que vamos construir uma sociedade mais justa. Movimentos como estes nos fazem caminhar a passos mais largos, pois é aqui que debatemos os rumos para um país melhor”, disse.
 
Ainda sobre o Golpe Militar, o deputado estadual Cabo Almi falou que a democracia existente de fato e de direito se deve àquelas pessoas que perderam suas vidas por mudanças no país. “A luta dos movimentos deve continuar firme em memória a todos que lutaram até o fim pela democracia instaurada hoje”, ressalta.
 
O deputado Amarildo Cruz considerou o momento como fundamental para refletir a sociedade que queremos para o futuro. Ele afirmou que estratégias são fundamentais para lutar contra todos aqueles que financiaram o Golpe de 64 e ainda hoje financiam o golpe contra a classe trabalhadora brasileira. “O povo brasileiro resiste diariamente às ditaduras que são instaladas pelo empresariado, judiciários, mídia, que acreditam que o melhor modelo é o de quem tem dinheiro”, afirma.

Já o deputado estadual Pedro Kemp falou sobre o simbolismo da Plenária organizada pela FETEMS e afirmou que estamos em um momento que é preciso se organizar, se articular para continuar fortalecendo a democracia.
 
Kemp disse que não se pode esquecer o que foi o Golpe Militar, pois um país sem memória e sem história corre o risco de repetir situações dramáticas como as que aconteceram no passado. Pessoas foram torturadas, perseguidas e até hoje muitas famílias não sabem onde foram para seus entes queridos. “Não existe democracia verdadeira se a sociedade civil não estiver organizada. Não existe democracia verdadeira sem os movimentos socais”, afirmou, lembrando que nestas eleições devemos mais uma vez eleger Dilma, mas sem se esquecer de cobrar que o próximo governo seja mais progressista.

O deputado federal Antônio Carlos Biffi, ex-presidente da FETEMS, também falou das eleições deste ano e a importância de não deixar que as forças que golpearam o país não voltem mais. “Sou sindicalista desde 1975, quando o regime militar ainda estava instalado. Desafiamos o sistema naquele momento construindo uma alternativa”, ressalta.

Para Biffi a luta hoje está na evolução dos movimentos sociais que devem crescer para fazer o enfrentamento às classes dominantes. Ele lembrou que a pior herança que o Golpe deixou foi a educação pública que afetou profundamente toda a sociedade brasileira e atualmente existe uma dificuldade muita grande de compreender a força do voto, que ᄅ a grande arma da população contra as injustiças políticas.

Já o vereador Zeca do PT enfatizou a tristeza dos dias de ditadura militar e salientou que a data não era um dia para se comemorar e sim para repudiar a arrogância, a prepotência de todos que apoiaram a ditadura.

Do MST/MS, Jonas Carlos da Conceição, lembrou da luta dos trabalhadores rurais e afirmou que a reforma agrária se constrói com educação. “Ao se unir somos mais fortes e sem sombra de dúvidas bandeiras de lutas do MST como a Reforma Agrária democrática e popular, se constrói em conjunto com todos os outros movimentos, como, por exemplo, os que lutam por uma educação de qualidade, como é o caso da FETEMS”, conclui.

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