“Nós, bancários do Centro-Norte do Brasil nos solidarizamos com a dor e com o sofrimento de todos os baianos que neste momento necessitam da ajuda de toda a população”, afirmou nesta terça-feira 11 o presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos, que está pessoalmente no sul da Bahia coordenando as ações de solidariedade da campanha SOS Bahia para socorrer as vítimas das enchentes dessa tragédia ambiental que se abateu sobre a região.

A Fetec-CUT/CN, o Sindicato de Brasília e os demais sindicatos filiados iniciaram nesta segunda-feira 10 a entrega de doações de roupas, materiais de higiene e cestas básicas aos moradores de Itabuna, no Sul da Bahia, como parte da campanha, que tem o apoio da Contraf-CUT e da CUT Nacional.

“Condenamos a postura do governo federal em se omitir na ajuda a essa população”, criticou Cleiton. “A constatação que vemos aqui é algo desolador. Uma comunidade absolutamente vulnerável, que já havia sido atingida pela fome antes das enchentes e agora enfrenta uma situação muito mais grave, porque vem com a perda de todas as suas casas e posses. É muito desolador. Por isso estamos aqui para nos solidarizar e apoiar essa comunidade.”

Além de Cleiton, estão pessoalmente no sul da Bahia participando dessa ação de solidariedade, que se estenderá por toda a semana, o presidente do Sindicato de Brasília, Kleytton Moraes, o diretor e o conselheiro fiscal da Fetec-CUT/CN, respectivamente Washington Henrique da Silva e Edmilson Wanderley Lacerda, e o representante da Federação na CEE/Caixa Antonio Abdan Teixeira Silva, que também é secretário de Relações com a Comunidade do Seeb Brasília.

No lançamento da campanha SOS Bahia, o presidente Cleiton dos Santos publicou na revista Xapuri o artigo abaixo.

Bancários do Centro-Norte ampliam rede de solidariedade SOS Bahia

Cleiton dos Santos

A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), o Sindicato de Brasília e os demais sindicatos filiados criaram a ação SOS Bahia para socorrer as vítimas das enchentes de mais essa tragédia ambiental. Com apoio da Contraf-CUT (Confederação Nacional) e da CUT, os bancários ampliam assim a rede de solidariedade que se espalha por todo o país diante da absoluta falta de ação do governo antiambientalista de Bolsonaro.

As contribuições podem ser feitas pelo pix doacoes@bancariosdf.com.br .

O cenário é de calamidade. Segundo a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), até o final da primeira semana de 2022 a quantidade de atingidos pelas chuvas já chegava a 815.597 pessoas em 174 municípios. Haviam morrido 26 moradores e 520 estavam feridos. E ainda restavam 101.256 desabrigados ou desalojados.

As consequências sanitárias são ainda dramáticas e imprevisíveis. Segundo os epidemiologistas, depois das enchentes é enorme o risco de aparecimento de doenças como leptospirose, que tem letalidade relativamente alta, e de ressurgimento de casos de dengue e de doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti.

A tragédia se amplifica com o surto de gripe e da nova onda de Covid-19 que assola o país. Sem contar a ameaça da fome provocada pela destruição das enchentes, formando uma “tempestade perfeita”. Como sempre, as principais vítimas são as camadas mais pobres da população, obrigadas a construir suas residências nas áreas de maior risco.

No período mais dramático das chuvas, o presidente da República passeava de jet sky pelas praias de Santa Catarina, zombando de forma sádica do desespero de quase um milhão de brasileiros.

É mais um capítulo fúnebre desse governo de destruição de vidas, responsável por grande parte das 620 mil mortes provocadas pela Covid-19 (e agora tentando impedir que as crianças sejam vacinadas), e devastação do meio-ambiente, que está destruindo os três grandes biomas situados na área de atuação da Fetec-CUT/CN: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Os dados mais recentes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 21,97% no período entre agosto de 2020 e julho de 2021 – uma área de 13.235 km².  Desde o início do desgoverno Bolsonaro, a área total desmatada da floresta amazônica cresceu 52,9%.

As causas imediatas das enchentes na Bahia, de acordo os meteorologistas, são a combinação de dois fenômenos: a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), um corredor de umidade que vai da Amazônia ao sul do Atlântico, típico dessa época do ano, e La Niña, que esfria as águas do Pacífico equatorial, causando um aumento de chuvas no centro-norte do Brasil, reforçado pelo El Niño, que aquece o Atlântico, levando calor e umidade ao nordeste. 

Mas são fenômenos agravados pelos desmatamentos e pelo aquecimento global, graves problemas ambientais que não são apenas negados mas ampliados pela política antiambiental de Bolsonaro.

Diante da total ausência de ação do governo federal, a sociedade brasileira vem respondendo com uma vasta rede de solidariedade para socorrer às vítimas da catástrofe. Para isso criamos o SOS Bahia, repetindo a iniciativa que fizemos com a ação SOS Xavante, para ajudar as populações indígenas ameaçadas durante a primeira onda da Covid-19.

Além das contribuições pelo pix acima, quem reside em Brasília também pode fazer doações de roupas, itens de higiene e cestas básicas e entregá-las no Teatro dos Bancários, na EQS 314/315, Bloco A, Asa Sul.

São ações emergenciais de solidariedade, fundamentais para minimizar os danos principalmente à população da Bahia mais vulnerável a essa terrível crise ambiental e sanitária.

Medidas de longo prazo para reverter essas políticas de destruição da vida e do meio-ambiente só serão adotadas a partir de 2023, com a derrota nas urnas desse governo genocida.

Cleiton dos Santos é presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN)

Fonte: Fetec-CUT/CN