A 15ª Conferência Regional da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), realizada neste sábado 28 de forma virtual, aprovou as propostas da categoria na região para a Campanha Nacional 2022 e referendou os delegados e delegadas eleitos nos encontros dos 12 sindicatos filiados que irão à 24ª Conferência Nacional e aos congressos e encontros dos bancos públicos e privados (veja calendário ao final).
Mas foi consenso nos debates que, tão ou mais importante que a campanha salarial, será crucial este ano para os bancários e para os trabalhadores a eleição presidencial de outubro. Houve unanimidade de que é preciso derrotar Bolsonaro, que está destruindo o país e os direitos da classe trabalhadora. Com o lema “O Brasil que a gente quer é um Brasil feliz de novo”, a Conferência aprovou moção de apoio à pré-candidatura Lula.
“Escolhemos o lema ‘O Brasil que a gente quer é um Brasil feliz de novo’ porque temos certeza de que este é um ano para mudar o país. Tudo o que discutimos aqui hoje pra defender a categoria, o Brasil e a democracia, só tem sentido se tirarmos Bolsonaro e bancarmos a vitória do presidente Lula e elegermos candidaturas progressistas para o Congresso”, disse o presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton dos Santos Silva ao final da Conferência.
Cleiton abriu a Conferência parabenizando os presidentes eleitos esta semana dos sindicatos de Rondônia (Ivone Colombo, “que chega fazendo história porque é a primeira mulher eleita presidenta”) e de Rondonópolis (Almir Araújo). Ele também saudou os presidentes eleitos dos sindicatos onde houve eleições recentemente: Kleytton Morais (Brasília) e Amarildo de Carvalho (Sintraf-Ride, entorno do DF).
Todos eles fizeram saudação aos delegados e delegadas, assim como os demais presidentes dos sindicatos da base da Federação: Clodoaldo Barbosa (Mato Grosso), Tatiana Oliveira (Pará), Neide Rodrigues (Campo Grande), Samuel Bastos (Amapá), Soares (Barra do Garças, Sinbama), Carlos Longo (Dourados), Adauto (Roraima) e Eudo (Acre). A tônica de todos os presidentes e presidentas foi de que a grande campanha do ano sem dúvida será a travada em outubro, porque vai decidir o futuro do país.
Também foram lembrados e falaram na abertura o secretário-geral da Fetec-CUT/CN Ayr José, o secretário de Relações Sindicais Arílson da Silva e o ex-presidente do Seeb Pará Gilmar dos Santos, recém-eleito para o Conselho Deliberativo da Cassi. Além do próprio Cleiton, eleito este mês para o Conselho Consultivo do Previ Futuro.
Em saudação aos delegados e delegadas, a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, disse que os bancários têm dois grandes desafios este ano. Um deles: “Na campanha salarial, vamos buscar novas conquistas, melhores salários, mas saúde e melhores condições de trabalho, mais emprego e menos terceirização”.
“Mas não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo com o Brasil, com aumento da fome, da miséria, do desemprego, da alta da inflação e da carestia, dos empregos precários, dos salários sendo rebaixados, do endividamento das famílias, da destruição dos programas sociais e da saúde, da educação, das políticas ambientais e dos ataques contra a democracia. Esse cenário vai se acentuar se Bolsonaro continuar , porque ele também ameaça as nossas conquistas como categoria”, avaliou Juvandia.
“O Brasil não aguenta mais isso. Portanto, derrotar Bolsonaro em outubro é o nosso segundo grande desafio. Somente com um futuro governo Lula seremos respeitados como trabalhadores e teremos espaço de diálogo para defender e manter nossos direitos, garantir os bancos públicos e a democracia e construir o Brasil que queremos”, acrescentou.
Convidado para fazer a análise de conjuntura na 15ª Conferência Regional, o secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, reforçou essa linha de argumentação. “Dados do Dieese mostram lucro crescente dos bancos com aumento dos juros. Tivemos no último acordo de dois anos aumento real de salário, mas o cenário aponta para maiores dificuldades neste ano. Com a inflação alta e um clima de total incerteza na economia como resultado das faltas de políticas do governo Bolsonaro, não dá pra prever nada. Mesmo se conquistarmos aumento, a inflação pode anular os ganhos”, avaliou Tabatinga.
“Não se sabe como o país chegará até o final do ano, quem vai ganhar a eleição, se quem ganhar vai tomar posse, e como ficará a economia. O barco furou, está afundando, mas há tempo de fugir pelo salva-vidas”, complementou o secretário-geral. “Se o atual governo for reeleito, continuarão as políticas de destruição de direitos e de descalabro. Por isso, a melhor convenção coletiva que podemos ter é a vitória do Lula, que colocar o país de novo no rumo do desenvolvimento, com geração de emprego, diálogo com os trabalhadores, perspectivas para melhorias salariais.”
A região Centro-Norte enviou 46 delegados e delegadas para o 14º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco da Amazônia (CNEBASA), realizado também nesta sexta 27 e sábado 28, e enviará 68 representantes para o 33º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), 68 para o 38º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) e um total de 19 delegados para os encontros nacionais do Bradesco, do Itaú e do Santander.
Veja o calendário dos encontros nacionais dos bancos públicos e privados, que precederão a Conferência Nacional.
Fonte: Fetec-CUT/CN