Notícias

home » notícias

2 de Março de 2021 às 06:00

Combate à covid no BRB: dois pesos e duas medidas


Tardiamente, com as unidades de UTI beirando 100% de ocupação, o governo do DF adotou medidas mais restritivas de deslocamento para tentar frear a disseminação da covid-19 na capital federal. A partir desta segunda-feira (1º), diversas atividades estão com o funcionamento suspenso pelo menos até dia 15 deste mês. Diante desta determinação do GDF, o Sindicato já cobrou do governador e das direções de todos os bancos aqui instalados que estes também fechassem para atendimento externo. Porém, os bancos, mesmo tendo um fluxo grande de pessoas, conseguiram com seu poderoso “lobby” ser excluídos do “lockdown”.

O BRB, entretanto, age de forma errática quanto a uma diretriz para o conjunto dos seus empregados. Para aqueles que trabalham na Direção Geral, a premissa é o que preconiza a ciência e a saúde, com procedimentos que enfatizam o distanciamento social, um bom caminho. Já para as agências, o norteador é a tese bolsonarista da negação. Ao invés de criar mecanismos para restringir acesso, o BRB anunciou a extensão do horário de funcionamento, permitindo assim maior exposição de seus empregados à possibilidade de contaminação. Aliado a isso, percebe-se uma inação do BRB que não cria protocolos de triagem e que impeçam a permanência de clientes sem máscara no interior das agências, além de não incentivar de forma enfática o uso da máscara pelos funcionários. Há relatos de funcionários das agências que ouviram gestores dizerem para usarem máscara somente para aparecer na foto e evitar “encheção de saco do Sindicato”.

Outro aspecto preocupante quanto a esta medida de extensão do horário de funcionamento do BRB refere-se a quem estará disponível para o atendimento ao público. O BRB tem uma falta crônica de empregados, até porque se recusa a contratar com mais celeridade os escriturários aprovados no concurso de 2019. Diversos empregados já relataram ao Sindicato a necessidade de trabalho extraordinário para dar vazão ao volume de serviço e sem remuneração extra, em uma atitude ilegal e desumana, especialmente da diretoria responsável pela rede de agências.

“Conversamos com o banco durante todo o final de semana, em um cenário de extrema confusão do governo local com vários decretos, informando as preocupações e reivindicações que recebemos da base e dos nossos delegados sindicais. O fechamento das agências de hospitais é positiva porém a ideia de expansão do horário, sem pessoas o suficiente nos quadros para fazer um esquema de turnos, sem uma redução de jornada, além do aumento do tempo de exposição dos empregados, o horário de atendimento estendido vai obrigar muitos a trabalharem além do horário, e, a depender do procedimento em curso, irá criar dificuldades para pagar as horas extras feitas”, comenta o secretário de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Ronaldo Lustosa.

Diante da situação, o Sindicato comunicou ao banco a necessidade da mesa emergencial de negociação, a qual ocorrerá nesta segunda pela manhã.

“Na negociação, vamos cobrar protocolos mais rígidos para evitar aglomeração e a propagação da covid-19, como a triagem na entrada, a marcação no chão em todas as agências e atitudes firmes para obrigar o uso da máscara pelos clientes. Cobraremos também, mais uma vez, a instalação dos acrílicos e a questão do horário, especialmente quanto à possibilidade real de ocorrência de horas extras”, explica o secretário de do Sindicato e bancário do BRB, Edson Ivo.

Tão logo se encerre a negociação, o Sindicato divulgará o que for decidido.

Da Redação


Notícias Relacionadas