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17 de Fevereiro de 2021 às 11:11

É preciso mobilizar a sociedade para resistir à devastação do Brasil

Destruição do acordo Bolsonaro/Centrão começou pela autonomia do Bacen, mas atingirá todos os setores: saúde, economia, meio ambiente, educação, soberania nacional, políticas públicas e democracia


Cleiton dos Santos

Se não houver resistência rápida e pra valer, a agenda de prioridades para votação no Congresso Nacional negociada pelo governo Bolsonaro com o Direitão (o verdadeiro nome do “Centrão”) vai acelerar a destruição do Brasil e a queima do patrimônio do povo brasileiro. O desmonte será em todos os setores: na saúde, na economia, no meio ambiente, na educação, na soberania nacional, nas políticas públicas, na democracia.

O primeiro dos 35 projetos que o governo impôs como prioritários já foi aprovado neste 10 de fevereiro: a autonomia do Banco Central, uma exigência do mercado financeiro. Significa que a partir de agora será o Banco Central (conhecido como sindicato dos bancos), e não o governo eleito pelo povo, que regulará o sistema financeiro, com direito a definir taxa de inflação e política fiscal.

Além de não ser um projeto prioritário (porque tramitava no Congresso havia 30 anos), dá aos bancos privados o comando direto da economia. Bancos que também estão sendo atendidos pelo governo com o desmonte do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal – apesar da forte resistência dos bancários e do movimento sindical.

E o tema mais urgente e prioritário de todos é ignorado pelo acordão Bolsonaro/Centrão. Não há nenhum plano nacional de vacinação contra a Covid-19 em programa de ajuda emergencial para barrar a política genocida que já deixou mais de 240 mil mortos e dezenas de milhões de trabalhadores no completo desamparo.

A pauta obscurantista e anticivilizatória de Bolsonaro prosseguirá célere no Congresso se não houver mobilização urgente da sociedade.

Estão na lista de votação vários projetos que vão agravar a devastação da Amazônia e a degradação do meio ambiente. Entre eles estão a liberação da mineração nas terras indígenas, a oficialização da ocupação predatória e ilegal de terras e alterações nas leis que tratam do licenciamento ambiental e das concessões florestais.

Estão também na agenda genocida e anti-soberana da aliança Bolsonaro/Centrão a privatização da Eletrobrás, a reforma administrativa contra os servidores públicos, a ampliação da facilidade de posse e uso de armas, o excludente de ilicitude (eufemismo para o direito de a polícia matar à vontade sem prestar contas) e partilha de petróleo e gás.

Cada tema pode interessar apenas a setores da população, mas o conjunto deles forma um projeto amplo e claro de destruição do país, da soberania nacional e da democracia. Diz respeito, portanto, a toda a sociedade brasileira.

Não dá pra esperar 2022. Se esse projeto não for barrado, quando chegar a eleição presidencial já não teremos mais um país que um dia sonhou ser. Combater e pôr fim ao programa genocida de Bolsonaro é uma tarefa urgente de todos.

Cleiton dos Santos é presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN

 
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