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5 de Maio de 2014 às 12:09

1º de maio - Uma comemoração sem bolo



Por Janes Estigarriba, Presidente do Seeb/Dourados-MS
 
A comemoração do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador nos remete há uma série de conquistas que os trabalhadores tiveram ao longo da história.
 
É uma data que se tornou feriado graças a um decreto do então presidente, Arthur Bernardes em 1925 e mais do que uma simples homenagem, o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, é marcado por lutas em busca de melhorias e direitos.
 
As principais centrais sindicais do país fizeram mega eventos nas principais capitais por todo o território nacional, mas em Dourados pouca coisa foi feita, na verdade a data serviu mais para os trabalhadores tirar uma folga ou algo que no dia-a-dia não é feito.
 
Aproveitei a data para uma reflexão sobre a categoria bancária que passa por uma série de problemas e as demissões tem preocupado o movimento sindical brasileiro. Mas isso não é algo que não possa ser mudado, os bancos precisam, por exemplo, criar dois turnos de atendimento ao público e gerar empregos e não construir demissões.
 
Primeiro de maio é a data para refletirmos sobre algo que nem sempre é dito na grande mídia e nos discursos que se ouve em várias partes do pais nesta data. Uma cidade, um estado ou país só terá desenvolvimento e uma economia estável quanto os trabalhadores tiverem seus direitos respeitados e sua cidadania usufruída, afinal tudo que se é produzido na esfera de um estado é fruto do esforço do trabalhador e, por isso, todo trabalhador tem o direito de usufruir de tudo que é produzido. E para usufruir de tudo isso, precisamos de melhores empregos, de salário digno e educação de qualidade.
 
Não podemos mais conviver com um sistema financeiro dos mais sólidos e lucrativos do país, e que cobra juros, mais altos do mundo.
 
Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, mesmo a economia se mantendo estável a maioria esmagadora dos brasileiros honra, com presteza e honestidade, os seus compromissos.
 
O imposto de renda que o trabalhador paga é injusto, precisamos de um reforma tributária que não penalize os trabalhadores.
 
A massa de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil tem uma jornada extenuante de trabalho, chegando a 15 horas diárias em algumas capitais, somando tempo de deslocamento de casa para o trabalho. Além das condições precárias, há um numero grande de acidentes, terceirização e ainda convivemos com o fantasma da demissão sem justa causa, assedio moral e sexual e os cargos de confiança em setores públicos que facilitam fraudes.
 
Neste ano várias foram as reivindicações dos trabalhadores que lutam, pela redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário, fim do fator previdenciário, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, correção da tabela do imposto de renda que penaliza a maioria dos trabalhadores.
 
O Dia do Trabalhador é, portanto, uma data pra comemorarmos sim as vitórias, mas ainda não é uma data para repartirmos o bolo, afinal precisamos de mais ingredientes para completar o recheio, trata-se de uma data para reafirmarmos os propósitos dos que iniciaram e realizaram as lutas e celebrarmos a memória dos que tombaram pelos sonhos de dignidade e justiça.
 
Janes Estigarriba é Presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Dourados e Região.

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